quarta-feira, 25 de janeiro de 2012



Por que focas, baleias e outros mamíferos marinhos não sofrem com doenças descompressivas?
Foca-de-weddell (Leptonychotes weddellii)
Muitos animais de respiração aérea mergulham por longos períodos a altas profundidades. Elefantes marinhos, por exemplo, atingem até 400 metros em alguns de seus mergulhos mais profundos, suportando pressões de mais de 40 atmosferas. Há registros de cachalotes mergulhando até aproximadamente 2000 metros por mais de uma hora. Para solucionar o problema de falta de oxigênio durante longos e profundos mergulhos esse animais utilizam reservas corporais de oxigênio nos pulmões, no sangue e nos tecidos. Outro reflexo fisiológico desses animais faz com que o oxigênio seja levado preferencialmente ao cérebro e ao coração para garantir os processos vitais do animal. Além disso, os níveis de hemoglobina e mioglobina são geralmente muito elevados quando comparados a animais não mergulhadores.
Talvez o mais interessante seja como nestes mergulhos tão longos e profundos esses animais não sofrem com doenças descompressivas. Se ao mergulhar, mesmo que em apnéia, esses animais mantivessem seus pulmões cheios, os gases se difundiriam dos alvéolos para o sangue com o aumento da pressão. No final do mergulho, com uma subida rápida, o nitrogênio dissolvido no sangue formaria bolhas causando, a tão conhecida pelos mergulhadores autônomos, doença descompressiva. Sendo assim, alguns animais como a foca-de-wedell (Leptonychotes weddellii), exalam antes de iniciar o seu mergulho, assim diminuem a quantidade de nitrogênio que se difundirá no sangue. Se esses animais exalam antes de mergulhar como podem agüentar tanto tempo em baixo d’água? Bem, como dito anteriormente, boa parte das reservas de oxigênio desses animais estão no sangue e nos tecidos, sendo estas então utilizadas durante os mergulhos. Apenas 7% dos depósitos totais de oxigênio de uma foca-de-weddell estão nos pulmões e mais de 50% estão no sangue.

Fontes:
Texto: Randall D, Burggren W, French K (2000) Fisiologia Animal: mecanismos e adaptações. 4.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 729p.
Foto: Wikimedia Commons

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