Muitas populações de tubarões (tubarão branco, tigre, martelos,
cabeça-chata e vários outros) declinaram em até 90% em algumas partes do mundo,
sendo que aproximadamente 20% das espécies conhecidas globalmente já estão
listadas como ameaçadas de extinção ou vulneráveis pela União Internacional
para Conservação da Natureza (IUCN). Nas últimas décadas, a captura de
elasmobrânquios (tubarões e raias) vem aumentando gradativamente, atingindo cerca de 1.000.000 (um
milhão) de toneladas ao ano. No entanto, o maior interesse na captura dos
tubarões está no valor das suas nadadeiras. Através delas, o mercado oriental
elabora sopas de alto valor econômico que são consumidas pelo próprio povo
local, mas também para turistas curiosos em pratos “afrodisíacos”. O que muitos
não sabem é como são obtidas essas barbatanas. Assim que capturados, os
tubarões são trazidos a bordo e suas nadadeiras são cortadas. Após o corte, os
tubarões são jogados ao mar, muitas vezes ainda com vida, e agonizam até
morrer. Essa prática cruel é chamada de “finning”. Só para ter idéia, o comércio mundial de
barbatanas foi de 4.900 toneladas em 1987, para 13.600 toneladas em 2004 (quase
o triplo). Em números, cerca de 26 a 73 milhões de tubarões são comercializados
globalmente a cada ano só para retirada das barbatanas. E pior que as
barbatanas representam de 1 a
5% do peso total de cada tubarão.
Em termos ecológicos (cadeia alimentar) e financeiros, os tubarões são
muito mais valiosos vivos do que mortos. Como assim? Uma estimativa realizada apontou
que um tubarão vivo pode render cerca de 170 mil dólares por ano para a
indústria do turismo, e durante a sua vida pode render quase 1,7 milhões de dólares.
Um tubarão morto rende míseros 120 dólares para o comércio das barbatanas. Em
resumo, um tubarão vivo rende 750 vezes mais do que um tubarão morto!
Vídeo: O finning de tubarões e suas consequências para o ecossistema e para o ser humano
Texto: escrito por Hugo Bornatowski, mestre em zoologia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e estudante de doutorado. Estuda atualmente ecologia de tubarões e raias no estado do Paraná.
Todo mundo fala, mas porque ninguém cria um substituto igual em textura e sabor????? Que seja envolto em glamour e mito, que crie preço e demanda e em contrapartida desvie a pressão sobre os tubarãoes? Ninguém vai querer um substituto fajuto, porém se tiver vantagens agregadas como micronutrientes, textura aparência e sabor, pode ser preferido em contraposição à barbatana tradicional.
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